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O junkspace do sagrado

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Imponência e importância estão tão distantes quanto luz e treva, bem e mal ou céu e inferno no mastodôntico Tempo de Salomão que o bispo Edir Macedo fez erguer em São Paulo. “A escala usada por Salomão não atendia à necessidade da Universal para os dias atuais”, esclarece o memorial do projeto arquitetônico, que busca reproduzir a mítica edificação de Jerusalém descrita no Antigo Testamento. “O Senhor inspirou o bispo para construir algo grande e portentoso como este templo em que estamos”, reitera um pastor de voz estridente ao final da cerimônia das seis da tarde do último dia de agosto. Estamos no Brás, Zona Leste da sétima cidade mais populosa do mundo, terra prometida para o símbolo maior da Igreja Universal do Reino de Deus, culto neopentecostal fundado num subúrbio carioca em 1977 e que hoje alega estar presente em mais de 200 países.

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Leia na íntegra na revista Serrote 18 (novembro 2014)

O junkspace do sagrado – por Francesco Perrotta-Bosch

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A arquitetura dos intervalos

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A execução do 4’33” por uma orquestra sob o vão do masp seria uma ocasião interessante. Mesmo que pareça redundante a sobreposição de duas grandes obras com intenções semelhantes, no encontro entre o intervalo do tempo de John Cage e o intervalo do espaço de Lina Bo Bardi estaríamos na mais privilegiada situação para perceber os vários acontecimentos – “atividade do som” – naquele rico e complexo ambiente em que o masp se insere. Ambas as obras agem dentro do que é real, libertando aquilo que está “oprimido, mas não suprimido”. Trabalhos sensíveis à participação do entorno dentro deles – estando dispostos à escuta –, permitem que as exterioridades incidam fortemente sobre o que há de interioridade.

Leia na íntegra na revista Serrote 15 (novembro 2013)

A arquitetura dos intervalos – por Francesco Perrotta-Bosch